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Um bispo argentino pediu massagens a jovens que estudavam para ser padres e armazenava fotos pornográficas em seu telefone, disseram testemunhas nesta terça-feira, no segundo dia do julgamento do clérigo por abuso sexual.
O Tribunal de Justiça de Salta divulgou um comunicado resumindo o depoimento de terça-feira, parte de um julgamento sem precedentes na Argentina que é o mais recente caso de suposto abuso sexual a abalar a Igreja Católica em um de seus redutos. O julgamento está sendo realizado a portas fechadas.
Gustavo Zanchetta, ex-bispo de Orán, na província de Salta, no norte do país, é acusado de abusar sexualmente de seminaristas, bem como de abuso de poder e má gestão financeira.
Ele negou as acusações na segunda-feira, argumentando que tinha "um relacionamento bom e saudável" com todos os seminaristas e que seus acusadores buscam vingança.
Gabriel Acevedo, um dos três padres que apresentou as primeiras queixas contra Zanchetta, disse nesta terça-feira em depoimento que um representante da igreja local visualizou fotos no celular do bispo em 2014 que mostravam "conteúdo pornográfico no qual o bispo e alguns jovens aparecem", segundo a declaração do tribunal de Salta.
Acevedo afirmou no depoimento que Zanchetta havia emprestado seu telefone ao oficial para fins de administração da igreja, e o oficial mostrou as fotos obscenas para Acevedo.
O padre disse que relatou a descoberta à principal autoridade do Vaticano em Buenos Aires, e Zanchetta foi convocado a Roma.O advogado de Zanchetta não respondeu a um pedido de comentário, mas no passado outro advogado que representa o bispo descartou as fotos como falsas e uma "fotomontagem grosseira".
O Vaticano não comentou o caso e conduz sua própria investigação.
Em 2017, Zanchetta deixou sua função como bispo em Orán para trabalhar no escritório financeiro e contábil do Vaticano.O julgamento de Zanchetta deve durar pelo menos até sexta-feira.
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